terça-feira, 10 de maio de 2011

ANGUSTIA FINAL

Angústia final!
 
Se minha vida definha aos poucos, 
me levando ao desconhecido... 
É tua ausência que me derrota, 
quando o sol surge e me enterra 
ao entardecer...
Se as lembranças doces
 já não vêm à mente é porque 
minha alma grita por socorro, 
diante de tua indiferença...
Se os dias se fazem frios e sombrios, 
mesmo quando o sol é dominante, 
é porque não tenho mais você 
para aquecer-me...
Se sinto o meu leito como se pedra fosse
a esperar-me é porque falta teu corpo, 
a saciar-me sem precedentes...
Esta paixão que vivo seria doença?...
Estaria, por fim, a cobrar-me algo que desconheço? 
Porque sofro tanto por ti, se hoje posso 
vislumbrar tua verdadeira face?
Seria amor, então, a cobrar-me pela eternidade,
 só porque escolhi a ti 
para entregar o meu coração?
Como de toda a doença busco a cura, 
 de ti quero afastar-me, porque se um dia 
me foste vida, hoje me fazes sentir 
o gosto da própria morte,
 a descer pela garganta,
 no lugar do gosto de teus lábios, 
que me enchiam de amor
e levava-me a gozos profundos...
Dei-te minha lua, meu sol, meu mar; 
minha terra... Abusaste de tudo, 
mas o segredo de poder ter tudo isto não te dei: 
esta essência carrego em meu peito 
e desejo encontrar alguém, para poder entregá-la.
Busco entre os pássaros meus amigos, 
entre a lua minha confidente; 
entre as matas companheiras...
 Entre a razão e o amor a quem, agora,
 entregarei a minha essência  
e, por certo, encontrarei!
Paulo Nunes Junior

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